“NÃO ACREDITO EM BRUXAS, MAS QUE AS HÁ, HÁ”!
Vai-me dar gozo tentar desmistificar mais este enorme mito. E trabalho!
O tema do Oculto e de bruxas e bruxos, videntes e cartomantes, astrólogos, espiritualistas e curandeiros é, seguramente, tão velho quanto o mundo. Desde tempos imemoriais, sempre existiram seres humanos com uma capacidade e/ ou um dom sobrenatural de mediunidade, adivinhação e premonição, para enumerar apenas algumas características de quem não está, garantidamente, no mesmo plano que o dos comuns mortais.
Queimados vivos, perseguidos, vilipendiados e desacreditados, na Idade Média, por exemplo, estas pessoas eram consideradas alvos a abater pelo óbvio terror que provavelmente provocavam aos poderes instituídos das diferentes épocas. Penso que este brevíssimo resumo fará parte da memória colectiva da maioria dos povos do mundo. A História assim o confirma.
Tivemos génios como Nostradamus, que julgo que ninguém ousa achincalhar de ânimo leve, ou pelo menos, a maioria lhe reconhece a genialidade, o tal “dom”, pois afinal, não é todos os dias que um homem que viveu no século XVI, faz previsões acerca de acontecimentos que estão por vir 5, ou mais, séculos à frente! Os estudiosos que têm interpretado as Centúrias, ao longo dos tempos, dizem-nos que Nostradamus previu o 11 de Setembro, para dar um pequenino exemplo. E muitos outros acontecimentos, que já ocorreram e que, provavelmente, ainda ocorrerão. Nostradamus destacou-se não só pela sua genialidade sensitiva, como por ser um médico e astrónomo, embora a maioria o recorde pelas suas impressionantes previsões, ou capacidades mediúnicas.
Temos, também, o Allan Kardec, pseudónimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail, influente educador, autor e tradutor Francês, de meados do século XIX, que se notabilizou como o codificador da Doutrina Espírita (ou Espiritismo) e foi um dos pioneiros na pesquisa científica sobre fenómenos paranormais (ou mediunidade), temas que antes costumavam ser considerados inadequados para uma investigação do tipo científico.
E teremos, certamente, centenas de exemplos de pessoas comuns, que não eram tão comuns assim, mas que o mundo sempre temeu, logo, tentou desvalorizar, achincalhar, ou desacreditar. Mesmo com factos, preto no branco.
Na Música, no Cinema e na Literatura, por exemplo, existem inúmeras referências a este tema do oculto, da magia, dos encantamentos.
Mas para voltar ao século XXI e, como este é mais um tema que ficou estigmatizado, devido à sua origem problemática, o que vemos ainda hoje é que a maioria se identifica com a bem popular frase: “Não acredito em bruxas, mas que as há, há”.
Esta frase diz muito. Por um lado, ainda reflecte algum cepticismo; por outro, alguma crença, algum acreditar que algo há, ou até mesmo, algum respeito. Talvez as pessoas apenas se protejam, pelo medo que sentem de algo que está fora dos seus domínios. Facto é que, se por algum azar, uma pessoa tiver que por os pés no espaço de algum destes profissionais (e refiro-me apenas aos profissionais e não aos charlatões), os espaços encontram-se cheios de gente! Com longos tempos de espera para marcação ou atendimento. Este facto remete-me, imediatamente, para o carácter “tabu” que este tema continua a ter. Penso que a maioria de nós se depara com uma reacção muito céptica, ou mesmo de total rejeição, se abordar este tema com a maioria das pessoas comuns, embora esta tendência esteja a esbater-se. No entanto, os consultórios estão a abarrotar! Algo não bate certo aqui…
Existem muitos tipos de áreas diferentes dentro deste tema das “Bruxas”. Desde logo, um astrólogo/ cartomante apenas lida com coisas do Bem, digamos assim. Uma leitura de cartas, por muito que muitos possam temer, apenas dá uma indicação, ou até uma orientação a quem a procure. Uma coisa é certa: só lá vai parar quem já não percebe nada de nada do que se está a passar na sua vida! Há pouco, ou muito tempo. Às vezes, até desde sempre.
Existem, também, os espiritualistas e curandeiros – aqueles a quem se deve recorrer quando a porcaria já foi longe demais. Um bom espiritualista pode ser uma luz orientadora e protectora para quase todos os males que afligem a alma. Eles conseguem perceber quase tudo o que nos atormenta: desde o quem, ao quando, ao como e ao porquê! Quando estes profissionais são bons, são excelentes. Os curandeiros, por definição, tentam a cura. Não tenho uma opinião formada, talvez porque a palavra “curandeiro” me remeta para um tempo que já não parece bem o nosso e, também, porque os associo mais a localizações geográficas distantes de nós – África, Ásia, por aí…
Por fim, existe a Magia. E mesmo dentro desta, existem duas sub-categorias: a magia branca e a magia negra. A magia branca destina-se à prática do Bem, a ajudar as pessoas afectadas, por via de limpezas energéticas, orações e vários outros métodos que são utilizados para fazer o Bem, a quem obviamente já não o está, há muito.
Por fim, temos o conceito-horror e deste é bom que as pessoas tenham medo, ou pelo menos, muito respeito: a magia negra.
Há quem opte por brincar, desvalorizar, fazer ouvidos moucos, ou achar que este tipo de magia não existe, ou se existe não tem capacidade para lhe fazer mal! Ou então, é isto que as pessoas tentam mostrar, porque no fundo, no fundo, penso que a maioria lhe tem medo.
Primeira questão a reter: a magia negra é sempre do e para o Mal, excepto quando se trata de recorrer a ela para desmanchar o Mal feito a alguém e que, normalmente, mais ninguém consegue limpar, ou pelo menos, não de forma eficaz.
Considero, sem qualquer sombra de dúvida, quem recorre à magia negra um/a criminoso/a oculto. Com uma diferença em relação ao criminoso comum: nunca irá parar à prisão, embora esse seja o único local a que pertence. Existem trabalhos de magia negra que podem matar uma pessoa. Quase imediatamente, ou no espaço de alguns, poucos, meses ou anos, quando se continua a estar sob a influência contínua de tão maléfica energia, ou até mesmo, de qualquer tipo de contacto com um/a criminoso/a que a ela recorre para fazer mal a alguém. O grau de toxicidade e/ ou potência do trabalho feito é tanto maior, quanto maior for a proximidade da pessoa visada (vítima) com o perpetrador. O que muitos criminosos não sabem é que, embora a sua vítima directa, seja apenas uma ou duas, que sejam, aquilo que fazem para afectar essa uma, ou duas, pessoas, vai ter repercussões gravíssimas sobre quem quer que habite dentro das suas mesmas quatro paredes. Quer isto dizer que se o/a criminoso/a em questão tiver filhos, por exemplo, a vida desses seres inocentes será igualmente afectada pela porcaria com que os seus progenitores mexem. É muito fácil de perceber como: as suas vidas ficam estagnadas, ou semi-estagnadas, sem que eles percebam porquê; virem-se lá por onde se virarem, nada de muito normal e natural, ou bom, lhes acontece; ou então, deparam-se constantemente com contratempos de toda a sorte e feitio; não conseguem segurar empregos, nem namorados/as; ficam quase sempre do lado do progenitor que mexeu em porcaria e contra as vítimas (até porque eles próprios, os filhos, são vítimas); sofrem de doenças; problemas de saúde, que se resolvem, mas sempre pela via mais enviesada e penosa de todas. Alguns, a troco de muito sofrimento, que nunca lhes teria acontecido se um dos seus progenitores não andasse a fazer porcaria. Ou seja, os familiares destes animais sofrem quase tanto como as suas vítimas directas. Aliás, quem quer que frequente o mesmo espaço, seja de trabalho, ou casa, destes vermes, pode sentir-se mal enquanto lá está.
Ocorre-me agora tentar dissertar sobre qual o objectivo, então, e porque existe gente que se dedique à prática continuada do Mal, desta forma, aparentemente, impune e indecorosa? Bom, porque existem os profissionais é simples e, em todo o caso, não estou aqui para falar neles. É uma profissão, quase como outra qualquer e as pessoas que a ela se dedicam, estão lá para fazer dinheiro. Por isso, quanto mais clientes tiverem, melhor. E, pelos vistos, têm. E muitos! Mas muito mais interessante do que esta verdade à La Palice é, certamente, tentar traçar o perfil dos clientes que a estes profissionais recorrem.
Aqui, sim, entramos no reino da animália, pura e dura! Parece-me impossível sequer tentar negar que por detrás de um indivíduo, ele ou ela, que procura um bruxo para lesar gravemente outrem, seja por qual motivo for, existe um demente, um “merdas”, um chulo, um ser parido no Inferno e desprovido de quaisquer dos atributos que vulgarmente atribuímos aos humanos. Poderia, certamente, encontrar muitos outros adjectivos, mas um/a “merdas”, parece-me o melhor de todos! Um “merdas” no sentido de alguém que não tem nada “lá dentro”, no lugar da alma, por exemplo. Existe um traço comum a quase todos os que recorrem a estas obras do Diabo: por norma, parecem uns autênticos meninos/as do coro, muito polidos, educados, bem-falantes e endinheirados. São pessoas até muito bem-sucedidas a nível profissional e podem até ter QI’s elevados q.b., mas a nível pessoal, são uns completos falhados! Uns calhaus com olhos, que enquanto foram coleccionando algumas realizações académicas e/ ou profissionais negligenciaram perigosamente o mundo dos afectos e das relações humanas (que nem sabem exprimir excepto através de um imenso cinismo e cepticismo), pelo que começaram a acumular frustração atrás de frustração, mas depois, como a envergadura emocional e espiritual não é nenhuma, é nula, não têm a capacidade para lidar com o seu próprio fracasso. Com a real porcaria que, na verdade e no fundo, são! Por norma e, acima de tudo, são pessoas que adoram o poder, têm um péssimo perder. Quando digo que adoram o poder, é porque obviamente não o têm, pois se são uns autênticos “merdas”, o seu “poder pessoal”, aquele que positivamente faz com que a maioria se apaixone e tenha quem se apaixone por si, ou mesmo nos ame, nessas pessoas do Diabo, é nenhum! Não têm um único traço pessoal, de personalidade, de alma, de coração, passível de ser amado por outrem… E vai daí, a única maneira de conseguirem, nem que seja temporariamente, reverter a situação a seu favor, é recorrendo à magia negra! A troco de milhares de euros, repito.
E é vê-los, de repente, quase da noite para o dia, a passarem de pedintes a reis! A troco de vários milhares de euros e a encomenda das suas almas (e as dos visados) ao Diabo, pagos ao tal bruxo ou bruxa, estes animais conseguem destruir vidas, virar cabeças do avesso, fazer lavagens cerebrais, fazer amarrações de submissão e muitas outras, conseguem dominar por completo quem queriam infernizar e conseguem, temporariamente, sentir-se os reis e rainhas do mundo! Como o cinismo é um dos seus traços mais fortes, ninguém dá conta da farsa. Conseguem passar a ser venerados por quem seria altamente improvável que o fossem e não o eram, de todo, e conseguem, a troco de milhares de euros gastos, o tal poder que, de outra forma e por via normal e natural, derivado das suas qualidades humanas, não conseguiriam.
Quanto às vítimas directas, bom, essas, também temporariamente, vivem o inferno na terra, mesmo que não se apercebam logo do que se está a passar. E tudo começa, da noite para o dia. De repente, sem mais nem porquê, sem nenhuma razão plausível, ficam com as cabeças completamente reviradas. Algumas começam a ver as suas vidas a andar literalmente para trás, sem que nada, nenhuma lógica o explique ou justifique; os projectos falham todos; o trabalho falta; a saúde falha; outras, vão mudando de personalidade à velocidade da luz, ao ponto de deixar quem verdadeiramente as conhece com a sensação de que já não conhece aquela pessoa; outras, passam a ter comportamentos promíscuos, ou viram-se para a droga, para o álcool, para o sexo promíscuo… De repente, pessoas que sempre gostaram destas pessoas (vítimas) e de quem estas sempre gostaram passam a evitar o seu contacto, nem elas sabem o porquê e como não se questionam, a coisa vai andando assim. A lavagem cerebral pode ser de tal ordem, que uma pessoa deixa sequer de ter capacidade para questionar até o óbvio! As vítimas vivem, portanto, desfiguradas e com as vidas viradas do avesso por tanto tempo quanto o necessário para se consciencializarem do Mal que lhes foi feito e procurarem ajuda. Sofrem com doenças constantes, de simples “gripes” que nunca mais curam, a dores de cabeça constantes (um sinal inequívoco de que as suas cabeças estão a ser mexidas); outras, vêem problemas de saúde que já tinham a agravar-se súbita e estupidamente, da noite para o dia; a relação com as pessoas em geral e com as mais próximas, em particular, fica deteriorada; passam a agir como se fossem uma espécie de robots automatizados, sem vontade própria; passam a por distância àqueles de quem mais gostavam e respeitavam e a ter mais próximos os de quem menos gostavam e que são, precisamente, quem lhes encomendou o Mal! Uma verdadeira miséria humana, de destruir quem quer que tenha uma alma e esteja a assistir a tudo. Praticamente a única coisa que mantêm, mais ou menos, semelhante, é o aspecto físico e o facto de parecerem “na mesma” à maioria, que não acompanha de perto, todo o horror que vai nas suas vidas, portas adentro. De vez em quando, muito de vez em quando, têm algum rasgo, ou memória, sobre o que era a sua vida antes da magia negra, mas enquanto não se consciencializam plenamente de que precisam de ajuda especializada, são uma fonte de preocupação constante para quem, efectivamente, as ame e não as abandone.
Qual o objectivo, então, de tanta podridão humana? Unicamente, que estes criminosos ocultos sintam que têm o poder que obtiveram, temporariamente, à conta de milhares de euros gastos em bruxos de magia negra! E que ninguém se equivoque que não é qualquer um que lá chega, logo, as pessoas que a estas obras do Diabo recorrem, são pessoas que estão financeiramente muito bem na vida. O único poder que têm é o financeiro. Ate um dia! De resto, que ninguém espere mais nada destes esboços grosseiros a imitar um ser humano! O que os leva a agir assim? Precisamente, o amor exacerbado pelo poder pessoal, porque obviamente não o têm; o facto de não conseguirem dar a volta por cima, de forma normal, às adversidades das suas vidas miseráveis; o facto de não terem o menor respeito pela vida dos outros (nem pela sua própria, claro!), o facto de verem nas pessoas a quem fazem amarrações de submissão, ou seja o que for, meros objectos que lhes pertencem, senão a bem, então, a mal. Obviamente que os sentimentos que têm por essas pessoas, a quem “amarram”, são dos piores, porque é claro que nada que seja bom, ou genuíno, na sua essência, pode advir de um trabalho de magia negra. O amor que todos queremos, vem livre de podridões deste foro e, como é bom de ver, bom e bonito, genuíno e profundo, é quem nos quer porque quer, de livre e espontânea vontade e não porque foi “amarrado”!
Quando falo no poder temporário de que estes vermes beneficiam, refiro-me ao facto de que, mais dia, menos dia, começam a pagar um preço elevado. No fundo, depois de um tempo a sentirem-se os reis e as rainhas do mundo, as coisas, fatalmente e felizmente, viram ao contrário! Alguns enlouquecem de vez (sim, porque para recorrerem a estas coisas, é porque já são loucos, em primeiro lugar!); outros adoecem com doenças de foro nervoso, ou outras doenças a tender para a malignidade; outros, subitamente, começam a ver as suas vidas profissionais cheias de trapalhadas e confusões e, outros ainda, acabam totalmente abandonados que nem uns tinhosos, para cujas caras nem os filhos querem olhar! Digamos que, num espaço entre 3 a 5 anos, a vida destes “merdas” pode passar do Nirvana ao Inferno. Acaba-se o El Dorado e repõe-se, finalmente, a justiça, mais Universal, que Humana. A tal famosa lei do retorno. Dizem os entendidos na matéria que a paga de tanto Mal feito retorna a quem o originou, sete vezes mais forte. Sai-lhes, finalmente, o tiro pela culatra e Deus, ou quem quer que seja, encarrega-se de os por nos seus devidos lugares. Depois de viverem num paraíso comprado, quando elas começam a morder, é para doer!
E, mais coisa menos coisa, assim é a vida oculta de muitas pessoas, que nos habituamos a ver como pessoas até respeitáveis q.b., nas suas profissões, quase sempre de algum prestígio (lembrem-se que estas pessoas têm muito dinheiro). À partida, maridos, mulheres, cunhados, pais ou mães, tios e tias e afins, porreiros, de muita gente! Têm todos em comum, o facto de parecerem meninos e meninas do coro; uns encantos sociais; umas “jóias de pessoas” (parecem umas moscas mortas que não fazem mal a ninguém!), razão pela qual é tão difícil de se desconfiar de tais seres, paridos no inferno e para onde retornarão, certamente, mais depressa do que julgam.
Quanto a este tema-tabu, do Oculto, já vai sendo tempo de as pessoas o encararem sem preconceito nem subterfúgios. Quantas vidas talvez não levassem a reviravolta negativa que levam, se as pessoas estivessem conscientes destas questões.
Tentei dar aqui um primeiro, mesmo que tímido, passo, nesse sentido.
Por Sharon Collaço